O jornal Público não faltou ao lançamento de Inocente para além de qualquer dúvida, apresentado ontem no Teatro Villaret e na presenta de quase 300 amigos e anónimos que sempre acreditaram na inocência do antigo apresentador.
«Na sala cheia de amigos e admiradores, entre os quais, José Pedro de Vasconcelos, Carlos do Carmo e Rui de Carvalho, Carlos Cruz começou por agradecer especialmente a presença da ex mulher, Raquel Rocheta. Passou a relembrar o tempo do programa Zip-Zip realizado no mesmo teatro num tempo marcado pela injustiça e pela censura. Manifestou o “repúdio pela injustiça” e o “amor pela verdade” e acabou a citar Miguel Esteves Cardoso, autor do prefácio, com o apelo: “Leia este livro para poder respirar fundo. E por uma questão de justiça”.
Antes falara o médico cardio-toraxico, Manuel Pedro de Magalhães que operou Carlos Cruz e a quem coube a apresentação do livro. “Conheço o Carlos por dentro”, disse, relatando que ficou “estupefacto” com as notícias sobre o seu envolvimento no processo da Casa Pia cuja “falta de rigor” comparou com a cirurgia. “Em cirurgia a falta de rigor é catastrófica”, notou.Em “Inocente para além de qualquer dúvida” (Vogais &Companhia, Edições, Lda) Carlos Cruz conta ao longo de 449 páginas, a historia do processo da Casa Pia cujo julgamento realizado ao longo de quase seis anos, foi o mais longo e mais caro da história judicial portuguesa.
A forma como o processo se iniciou, como foi investigado e julgado é fortemente criticada nesta obra que reúne elementos que, segundo o ex apresentador de televisão, provam a sua inocência. Muitos destes elementos já tinham sido divulgados na sua página na Internet “Provas da Verdade”.
Carlos Cruz foi condenado a uma pena de sete anos de prisão efectiva pela prática de crimes de abuso sexual com ex-alunos da Casa Pia de 14 e de 16 anos numa casa da Avenida das Forças Armadas, em Lisboa e numa outra casa em Elvas.
Sempre se disse inocente e apresentou recurso para o Tribunal da Relação, bem como outros condenados neste processo.
No próximo dia 26, a primeira audiência para apreciar estes recursos vai decorrer no Tribunal da Relação de Lisboa, presidida pelo desembargador Rui Rangel depois de oito juízes, incluindo o presidente da 9º secção, se terem declarado impedidos por já terem tido intervenções anteriores no caso.»
